ossos
arqueologia em évora








A escavação arqueológica ocorreu ao longo do Verão de 2009, no largo Mário Chicó, junto à fachada norte da Sé de Évora.

Por informação directa dos arqueólogos presentes confirma-se que foram encontrados inúmeros esqueletos e vestígios datados do século XVII mas, porque o lugar sempre foi densamente povoado, é provável encontrar vestígios de épocas anteriores.


"Não é uma vala comum. A quantidade de enterramentos humanos deve-se ao uso do espaço como cemitério nas proximidades da Sé catedral sendo prática normal até ao século XIX. Tratando-se do principal cemitério antigo da cidade de Évora, em época Medieval e Moderna, é habitual a grande concentação de sepulturas da população urbana num espaço tão reduzido. A época do cemitério ainda não está definida, integrando-se na época moderna (provavelmente séc. XVI-XVII.

A escavação continuará até atingir o substtrato geológico do lugar, pelo que se prevê descobrir fases mais antigas da ocupação da cidade de Évora (época Romana e época Medieval)"

adaptado da nota informativa de Félix Teichner, empresa Arkhaios, afixada no sítio da escavação.




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geografismos top cem




O geografismos foi classificado entre os 100 melhores sites europeus dedicados à educação. Candidataram-se 33 países com 772 projectos on-line.

Na imagem satélite é possível localizar as escolas por onde já ensinamos geografia com este projecto - apesar do desencanto acompanhamos desde 2003 que o boom dos blogs em portugal.



O Top 100 do Elearning Awards é o resultado do concurso organizado pela European Schoolnet, uma parceria internacional de mais de 20 Ministérios da Educação europeus. No ano da nossa nomeação 772 candidatos foram avaliados por especialistas em educação de toda a Europa.


nota:
Imagem satélite do Google Local. Etiquetas referenciadas no Tagzania-Geografismos.


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amarcord abril de 74






Abril de 74 é o meu «Amarcord». [São os anos setenta] É a televisão a preto e branco, os desenhos animados do «Vickie», a «Gabriela, Cravo e Canela», o «Espaço 1999»; são as brincadeiras infindáveis pela noite dentro para chegar a casa enegrecido de tão sujo que ficava (os jogos de bola combinavam-se assim: «muda aos seis, acaba aos doze»). Por vezes os gritos de «os ciganos vêm aí!» faziam-nos fugir rua acima.

Verão Quente de 75. Pelo meio as manifestações, das quais só me lembro de um imenso mar de pernas, ou o dia em que uns dez milhares de operários da Lisnave subiram a encosta para defender, com um cordão humano, o quartel de Almada ameaçado de bombardeamento por voos rasantes da Força Aérea - várias vezes houve o risco de uma guerra civil. Após a tempestade política do Verão Quente de 1975, a calma surge com a intervenção militar de 25 de Novembro de 1975.


nota:
Imagem a cores: informação daptada da Revista História e referenciada a imagem do satélite MODIS - Rapid Response System. Imagem a P/B: Imagem cedida por Victor Valente.


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a meteorologia do 25 de abril





"Nas Ilhas Britânicas, França, Bélgica, Países Baixos, Alemanha e Península Ibérica o céu estava geralmente pouco nublado e o vento era fraco, por influência de um anticiclone que se estendia de sudoeste dos Açores até à Escandinávia.

Nos Açores o céu estava geralmente pouco nublado e o vento era fraco. Na Madeira o céu estava muito nublado e o vento era fraco de norte.

Em Portugal Continental o céu estava muito nublado nas regiões do litoral, pouco nublado nas regiões do interior e o vento era fraco ou moderado de noroeste. Havia neblina em alguns locais."

Boletim Meteorológico, Lisboa : Instituto de Meteorologia. (25 de Abril de 1974)


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«o dilema do prisioneiro




A um prisioneiro da PIDE/DGS colocava-se um dilema: resistir e sofrer ou, renegando os seus ideais e dignidade pessoal, colaborar e denunciar.

Utilizamos excertos da informação factual colectada por Christopher Reed e rectificada por Fernando Vicente.

Sugerimos uma simulação de papéis designada por «Dilema do Prisioneiro». Trata-se de um jogo de uma incrível simplicidade mas que levanta questões morais e éticas a partir das escolhas individuais de cada um. Veremos que a um prisioneiro será muito penoso resistir e manter-se altruísta, imagine-se, pois, ser-se prisioneiro político, sem direitos constitucionais e sob tortura...


Como responder ao dilema Sofrer Vs. Denunciar?


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praça do giraldo, cidade de évora





"Infalivelmente, todas as terças-feiras, quer chovesse quer fizesse sol, a Praça do Giraldo abarrotava de gentio. O café Arcada formigava de bonés e chapéus descaídos para a nuca. Capote, samarra ou pelico e safões pela rijeza do inverno. A singeleza da camisa e colete pela calma do verão.

Era o dia dos negócios da lavoura. A «bolsa informal» do gado, da cortiça, das leguminosas, dos cereais e da palha. Entre cafés e aguardentes concertavam-se negócios, apalavravam-se arrendamentos, compras e vendas de herdades, emprestava-se e pedia-se dinheiro."


In Alentejanando em Fevereiro, 2004



Évora cresceu e urbanizou-se. Para mim a Praça do Giraldo são as noites quentes de Verão, as tardes nos telhados do Harmonia com concertos e filmes pela madrugada, o pessoal da Universidade de Évora...

Indo para baixo, no sentido sul, encontramos o departamento de Geologia, para poente e ao fundo da muralha, encontra-se a escola de Santa Clara. Para cima chegamos à Praça do Sertório e ao café Capuccino. Ou, ainda mais para cima, junto à Sé, o mais bonito restaurante-pátio vegetariano do país.


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convento de santa clara, cidade de évora




Amarcord é um filme de Fellini. Traduz-se por Recordar. Recordo Santa Clara enquanto lugar fundador do Geografismos, foram tempos excepcionais.


"Tenho continuado a seguir a mais dinâmica e prometedora realidade da blogosfera eborense: o "GEOGRAFISMOS" e a sua comunidade de blogues escolares, protagonizada pelos alunos da Escola de Santa Clara.

O meu entusiasmo, e porque não dizer a minha ternura, nasce de várias fontes. Desde logo essa afinidade de base que é ter sido aluno da escola durante dois anos, e curiosamente companheiro de turma de vários progenitores de alguns dos blogueiros agora lançados no projecto do "Geografismos". Foi há muitos anos, mas o passado nunca deixa de estar presente, como diz o poema de T. S. Elliot que deu o título de uma revista que por vezes aqui tenho citado - o "Tempo Presente".

Depois a circunstância de, passados anos, bem longe daqui, ter sido professor - sete anos da minha vida, sete... e ainda hoje sinto que nada do que fiz me encheu a alma como essa experiência diária, cheia de alegrias e frustrações, em que uma pessoa se dá inteira para aprender com outras, que nos olham na ilusão e na esperança de sermos nós a ensinar-lhes qualquer coisa; expectativa a que temos que responder, envergonhadamente...

Não falo da convicção racional de que o ensino é hoje o principal terreno da guerra que temos de travar, se queremos ter a sociedade e o país que sonhamos ter. Mas isso vem por acréscimo - nunca consigo afastar-me do ensino.

Finalmente, confesso a sensação afectuosa e divertida de vê-los crescer, crescer... sinceramente, nem a revelação crua do tempo que passou se sobrepõe a essa alegria; um homem passa, mas a vida infinitamente se renova.

Já tinha ironizado aqui sobre essa impressão, quando descobri o blogue do filho do Jaime. Não seria capaz de o reconhecer, evidentemente, mas sorri ao lembrar o rapazinho que o Jaime Nogueira Pinto me apresentou, há tantos anos, lá no Campo Grande, ainda a Zézinha era só dona de casa.

E agora, nestes "Geografismos" eborenses, encontrar um blogue do João Roma traz-me à lembrança outro tempo ainda mais antigo, quando a pequenada jogava à bola no jardim do Largo de São Mamede, ali bem perto da Rua da Mouraria (o pai Roma era então muito mais dedicado ao futebol do que às Finanças)... e a Patrícia - ai de mim! - os pais dela são muito mais novos do que eu..."


in O sexo dos anjos
sublinhados do geografismos


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cova do vapor




"Depois do 25 de Abril houve aqui um certo desordenamento, mas também o houve em todo o país e ainda bem", explica Guilherme Pais, admitindo a existência de "abusos" nesse período inesquecível. "Em certa altura até já estavam a construir uma pensão na mata. Teve de cá vir o Copcon [força militar dirigida por Otelo Saraiva de Carvalho no Verão de 1975] deitar tudo abaixo."


in Cerejo, José António. Uma relíquia chamada Cova do Vapor. PÚBLICO, 28/04/2002


No fim do Rio Tejo há a Cova do Vapor. Foi aldeia de pescadores, tornou-se aldeia balnear, hoje em dia é aldeia balnear, piscatória e suburbana. Em cinquenta anos foi empurrada mais de meia dúzia de vezes pelo mar para dentro da Mata de S. João; o seu povo andou com a casa às costas, em cima de tractores.


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AML e o mouchão da póvoa






Mouchão, s.m. terreno arborizadio e um tanto elevado, em meio
de lezírias; pequena ilha nos rios ou à beira-mar, formada pela acumulação de aluviões. (do lat. hisp. *mutulõne-, de mutülus, «cabeça saliente de viga»).
[Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora].


Mouchão da Póvoa. É a ilha que surge na parte direita da imagem do cabeçalho [do Geografismos-blog]. Quem costuma sair de Lisboa pela A1 pode reparar nesta pequena «ilha do tejo» quando passar por Póvoa de Santa Iria.

Este mouchão pertence à Reserva Natural do Estuário do Tejo que inclui a quase totalidade das zonas entre-marés do estuário, assim como os mouchões de Alhandra e do Lombo do Tejo; os quais conferem ao rio uma configuração deltaica.


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onze de setembro




Em 11 de Setembro de 2001 pelas 9h03, hora da «Eastern timezone»* dos Estados Unidos, o Voo 11 da American Airlines, com 92 passageiros a bordo e oriundo de Boston, atingiu a Torre Norte do World Trade Center (ruiria às 10h28).

*para compreender as diferenças horárias nos EUA sugiro consulta de The Official U.S. Time




nota:
Imagens trabalhadas a partir de Setember 11 do New York metro.com


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a mais alta ciência viva




Em 7 de Agosto [2004] aconteceu a saída de campo «Serra da Estrela: Os Vestígios dos Glaciares», com orientação de Narciso Ferreira, especialista em Geologia e Geomorfologia da Serra da Estrela.

Foi o dia inteiro para saber como nasceu a mais alta serra de Portugal continental, encontrar pedras viajantes, ver pedras polidas pelo gelo, subir aos 1993 metros.


[ O mal da Serra ]
No dia anterior à saída de campo andei a vadiar pela Serra e às tantas enredei-me na Volta a Portugal em Bicicleta. Tive de fugir tal era a confusão de lixo e barulho - Imaginem um vale glaciar mais engarrafado que a Ponte 25 de Abril.
Parece que no Inverno é a mesma coisa: engarrafamentos colossais mal os noticiários anunciam que começou a nevar no Alto da Torre - Ainda por cima têm regadores gigantes para neve artificial. Neste 7 de Agosto tudo pareceu absolutamente grotesco e abandalhado.


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paisagem e landart




Paisagem é um tema querido à Geografia, trabalhando-se o tema nas primeiras aulas do sétimo ano. Em inglês diz-se «landscape».

A «landart» é um tema aparecido nos anos 60. É arte na paisagem natural. No Verão de 2003, em Mértola, aconteceu landart.

nota:
Imagem da intervenção do artista plástico Domingos Gomes.


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voar




Quando um qualquer avião com destino Lisboa entra no nosso Espaço Aéreo Nacional passará do Controlo Regional de Lisboa que o monitoriza em «altitude de cruzeiro» (entre os 9km e os 11km), para o Controlo de Aproximação de Lisboa, momento em que inicia os procedimentos de «aproximação à pista» via radar.



A geografia do Aereoporto de Lisboa responde a duas grandes necessidades:

(1) Situa-se na cota de 100 metros (altitude) no único espaço sem declives junto à cidade (se bem que rodeado por habitações, quando inaugurado localizava-se na periferia). Em toda a sua área os declives são mínimos, e, obviamente, a sua extensa pista não tem nenhuma inclinação.

(2) Está «desenhado» em forma de um «quatro» devido aos ventos dominantes na cidade: a pista principal tem o sentido Sul-Norte (S-N) pois as aeronaves precisam de aterrar contra o vento que na maior parte do tempo sopra de norte. Para os dias em que se registe variação de sentido dos ventos há uma outra pista: sentido Sudeste-Noroeste (SE-NO) pois verifica-se ser a direcção mais comum logo a seguir à predominante


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a menina boa




Durante as aulas de Área de Projecto o Zé Bento [Santa Clara, 2004] andou a trabalhar um pequeno conto. Dei-lhe o texto e os desenhos originais, ele adaptou-os usando o Paint do Windows e copiando à escala alguns desenhos.

Para o Zé Bento copiar palavras do quadro negro para o caderno já é um feito notável (que eu visse, fê-lo, pela primeira vez, há duas semanas atrás). Inevitavelmente o trabalho acabou por ficar «original» q.b. (ou para alêm disso).


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ponte 25 de abril





Aberta ao tráfego em 6 de Agosto de 1966, o seu comprimento total é de 2278 metros entre os maciços de amarração situados nas margens norte e sul e um vão central de 1013 metros.




O pilar da torre norte assenta numa falha sísmica somente descoberta no exacto momento em que se procedia à construção das fundações de suporte ao pilar, facto que esteve na origem do acidente que vitimou os mergulhadores-operários que ali operavam. Trata-se de uma obra de risco que obriga a verificações técnicas regulares (instrumentação) por parte do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e do Instituto da Soldadura e Qualidade (ISQ)


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jurassic espichel




Como qualquer outro cabo, parece uma ponta de terra que entra mar dentro. A Geografia diz o contrário: são rochas que resistem ao avanço do mar, à erosão diferencial das ondas, devido à sua dureza.

[O Cabo Espichel] é um local excelente para visitar em madrugadas de nevoeiro cerrado, altura em que as sirenes dos barcos que passam ao largo causam forte impressão (é uma área de intenso tráfego marítimo).

[A foto documenta diversas camadas de rocha; numa delas encontra-se um] trilho de pegadas de dinossauro. E cuidado: no inverno o vento é tal, que o melhor é terem muito cuidado junto às falésias.


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